Ministério da Cultura e Petrobras apresentam

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Borda

Lia Rodrigues (Rio de Janeiro, Brasil)

Borda

Em português, Borda vem do verbo bordar, que significa enriquecer, decorar, realçar, elaborar. Pode também significar fronteira, limite, periferia, confins, limiar, franja, margem, barreira, linha de demarcação. Aquilo que separa.

Existem fronteiras geográficas e políticas, às vezes, representadas por muros, arame farpado, cercas vivas, portões, postos de controle. Às vezes, elas representam uma hierarquia. Outras vezes, áreas de oposições são criadas: hospitalidade e hostilidade, liberdade e dominação, inferior e superior, o que é considerado nativo e o que é considerado estrangeiro. Na borda mora o outro.

Pode ser um lugar intermediário. Lugar para ninguém e para todos, para aqueles que chegam, para aqueles que partem e para aqueles que permanecem. Aqui e ali, o começo e o fim, algum lugar e lugar nenhum. 

As fronteiras podem distinguir grupos e povos, humanos e não humanos. Quem tem permissão para atravessar? Quem fica e quem será mantido fora? Quem pertence e quem não pertence? Quem tem o direito de existir?

Territórios também podem ser demarcados por movimentos nômades e por uma mistura de elementos físicos e simbólicos: identidades culturais específicas, aromas, sons, linguagens, rituais, estratégias e conhecimentos distintos de sobrevivência, formas de manejo de florestas e plantas.

Em sentido figurado, a palavra borda também pode significar imaginar, fantasiar. A imaginação intensifica sonhos, fábulas, miragens, criação e nos dá a possibilidade de ir além das fronteiras.

Como fazer uma criação a partir de uma realidade entrelaçada com linhas visíveis e invisíveis que marcam os limites entre medo e esperança, entre estrondos e silêncios, inundações e queimadas ? Como podemos trazer conosco a terra de nossas visões, desejos, memórias, futuros?

Talvez tecendo paciente e laboriosamente um lugar poroso de alteridades fluidas, um bordado onde as margens se movam, flutuem e dancem.

BORDA é a nova peça da Lia Rodrigues Companhia de Danças, criada no Centro de Artes da Maré, Rio de Janeiro, Brasil.

Lia Rodrigues é Artista associada do teatro CENTQUATRE-PARIS /França e da Maison de la danse/Polo europeu de criação em parceria com a Biennale de la danse de Lyon/França

Serviço

28 e 29 NOV | 19h

Classificação indicativa: 16 anos
Ingressos: R$25,00 (meia) e R$50,00 (inteira). Na bilheteria do Teatro ou antecipados online.

SOBRE A ARTISTA

Lia Rodrigues nasceu no Brasil. Após formação em dança clássica e estudos em História, mudou-se por um período para a França, onde integrou a companhia de Maguy Marin. De volta ao Brasil, em 1990, fundou sua própria companhia.

Um dos grandes marcos de sua trajetória foi a instalação da sede da companhia e de iniciativas pedagógicas na favela da Maré, no Rio de Janeiro. Em parceria com a organização Redes da Maré, Lia criou o Centro de Artes da Maré (2009) e a Escola Livre de Dança da Maré (2011), espaços voltados à formação, à convivência e à fruição artística. Combinando militância e utopia, acredita na sinergia entre a arte e os processos sociais.

Entre suas obras mais recentes, Para que o Céu não Caia (2016), Fúria (2018) e Encantado (2021) ilustram seu engajamento em favor de uma dança militante, conectada às problemáticas sociais contemporâneas. Reconhecida internacionalmente, recebeu do governo francês a medalha de Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras e foi eleita melhor coreógrafa do ano pela revista Tanz, em 2019.

Lia Rodrigues é artista associada à Maison de la Danse e à Biennale de la Danse de Lyon, assim como ao CENTQUATRE-PARIS

FICHA TÉCNICA

Criação: Lia Rodrigues

Dançado e criado em colaboração com: Leonardo Nunes, Valentina Fittipaldi, Andrey da Silva, David Abreu, Raquel Alexandre, Daline Ribeiro, João Alves, Cayo Almeida, Vitor de Abreu

Assistente de criação: Amália Lima

Dramaturgia: Silvia Soter

Colaboração artística e imagens: Sammi Landweer

Design de iluminação: Nicolas Boudier

Assistentes de iluminação: Magali Foubert, Baptistine Méral e Jimmy Wong

Trilha sonora: Miguel Bevilacqua (a partir de gravações da Missão de Pesquisa Folclórica de 1938 e trecho da música “Amor Amor Amor” de domínio público, interpretada por Luiz Paixão)

Mixagem e masterização: Ronaldo Gonçalves

Produção/difusão: Colette de Turville

Assistente de produção: Astrid Toledo

Produção e difusão Brasil: Gabi Gonçalves / Corpo Rastreado

Secretária/administrativa: Gloria Laureano

Apoio logístico Centro de Artes da Maré: Sendy Silva

Professores: Amália Lima, Leonardo Nunes, Valentina Fittipaldi, Andrey Silva

Figurinos: Lia Rodrigues Companhia de Danças

Estagiária: Cecília Carvalhosa

Costureira: Antônia Jardilino de Paiva

Agradecimentos: Thérèse Barbanel, Corpo Rastreado, Inês Assumpção, Luiz Assumpção, Diana Nassif, equipe do Centro de Artes da Maré, Jacques Segueilla

Dedicado a: Max Nassif Earp

Produção: Lia Rodrigues Companhia de Danças

Coprodução: Kunstenfestivaldesarts – Bruxelles / Maison de la danse – Pôle européen de création, com apoio à Biennale de Lyon / Chaillot – Théâtre National de la Danse – Paris / Le CENTQUATRE – Paris / Festival d’Automne à Paris / Wiener Festwochen – Wien / La Bâtie – Festival de Genève – Comédie de Genève / Romaeuropa – Roma / PACT Zollverein – Essen / One Dance Festival – Plovdiv / Theater Freiburg / Muffatwerk – Münich / Passages Transfestival – Metz / Festival Perspectives – Saarbrücken / Le Parvis scène nationale Tarbes–Pyrénées / Tanz im August / HAU Hebbel am Ufer – Berlin / Théâtre Garonne – scène européenne – Toulouse / Le Lieu Unique – Scène nationale de Nantes (em residência na La Libre Usine)

Com o apoio de: Fondation Ammodo, Redes da Maré e Centro de Artes da Maré

Lia Rodrigues é Artista associada do teatro CENTQUATRE-PARIS / França e da Maison de la danse / Polo europeu de criação em parceria com a Biennale de la danse de Lyon / França

Duração: 65 min

Classificação indicativa: 12 anos