Ministério da Cultura e Petrobras apresentam
Deffuturismo
João Paulo Lima (Ceará, Brasil)
Uma dança-manifesto que reivindica um futuro torto, desviante e insurgente — um futuro DEF. Nesta criação, corpos-natureza rejeitam as lógicas verticais e lineares, adotando o desnivelamento, a lentidão, o rastejar. Aqui, não se caminha com pernas ou patas: move-se como se pode e como se quer. Os mecanismos são anti-bípedes, anti-hegemônicos, em resistência às normas que fracassaram. O espetáculo convoca o que foi considerado resto, lixo, deficiência — corpos antes marginalizados agora constroem outras tendências e possibilidades de existência.
A cena é atravessada por um caos ritual: o espaço é distorcido por objetos cênicos que deslocam o eixo do movimento, o som é denso e apocalíptico, com música ao vivo que costura ruído e matéria. O figurino, feito de restos — muletas, palhas, sementes, arames e folhas secas — compõe um corpo híbrido, entre humano e natureza, entre artefato e fantasma.
SOBRE O ARTISTA
João Paulo Lima é um artista brasileiro de dança, literatura e performance, pesquisador e ativista dos direitos das pessoas com deficiência. Doutorando em Dança (UFBA) e mestre em Literatura Comparada (UFC), é técnico em dança contemporânea pela Escola Porto Iracema das Artes. Combina artes do corpo e escrita intuitiva em processos de criação dancística, literária e dramatúrgica. Dirigiu Kahlos, De las entrañas e Corpo Intruso, além de solos como Devotees, Cova, Quanto Vale um Corpo DEF e DEFFUTURISMO. Residiu artisticamente em companhias internacionais como Candoco e Gravity & Levity (Reino Unido) e Croi Glan (Irlanda). Atuou como pesquisador do Co-laboratório do Festival Panorama do Rio de Janeiro (2025).
FICHA TÉCNICA
Concepção, interpretação, dança e texto: João Paulo Lima
Trilha musical: Kerensky Barata
Figurino e produção: Claudio Rubino
Duração: 50 min
Classificação indicativa: 10 anos