Moving Landscapes | QUARTO

Leandro Zappala & Anna af Sillén de Mesquita (Brasil / Suécia)

Depois de dez anos de pesquisa com a corda preta de um quilômetro, o QUARTO segue explorando a relação entre corpos e materiais em sua nova obra Moving Landscapes, parte da série CUBE. O trabalho se apresenta como instalação performativa, site-specific e série de vídeos, onde território, ecologia, localidade e porosidade entre o público e o privado são investigados por meio da interação entre corpos, plástico e um cubo metálico de 3x3m

O cubo, simples em sua forma construtivista, é ao mesmo tempo estrutura concreta e vazio imaterial. Sua presença em cena gera coreografias coletivas e associações visuais e simbólicas que dialogam tanto com o construtivismo russo quanto com a estética e ética de Hélio Oiticica e do Neoconcretismo brasileiro. Inspirados pela visão de Ferreira Gullar, o QUARTO entende o cubo como um topos habitável, ativado pela relação com o corpo e pelo envolvimento do público.

Mais do que monumentalidade, importa o vazio do cubo, que se torna convite para habitar, mover e transformar o espaço — uma arquitetura transitória, comunitária e em constante reinvenção, próxima à lógica das favelas

A apresentação no Panorama 2025 é resultado de uma residência do QUARTO desenvolvida com 20 integrantes do Núcleo 2 da Escola Livre de Dança da Maré.

Com base em Estocolmo e raízes no Brasil, Leandro Zappala & Anna af Sillén de Mesquita colaboram com artistas, pesquisadores, acadêmicos e instituições dedicadas à pesquisa e ao desenvolvimento no campo da arte. Esse diálogo permanente entre dois países distintos obriga o QUARTO a lidar com diferentes condições de trabalho, políticas, economias, culturas e infraestruturas, colocando-os em constante desafio e impermanência, em um estilo de vida transitório e nômade.

Eles desenvolvem pesquisas de longo prazo em arte interdisciplinar, profundamente enraizadas na interação entre teoria e prática. Voltados principalmente para questões filosóficas sobre as relações de poder entre corpo e objeto, explorando os limites do corpo, buscam gerar pensamento e subjetividade por meio de experiências radicais, visuais e físicas. Diante das complexidades do mundo atual, atuam em escala global, em busca de novas formas de promover mudanças necessárias para a construção de um futuro mais sustentável por meio de intervenções artísticas.

O QUARTO recebeu em 2018 o prêmio Birgit-Cullberg stipendium. Suas obras já foram apresentadas internacionalmente em museus, teatros, festivais e galerias ao redor do mundo, como nos Países Baixos, Rússia, Suécia, Alemanha, Líbano, Brasil, Dinamarca, Portugal, Áustria, Reino Unido, Sérvia, Uruguai, Estônia, Chile, Polônia, Estados Unidos, Egito, Suíça e Romênia, circulando por instituições de prestígio e importantes contextos artísticos contemporâneos.